Ao longo dos últimos dois anos tenho analisado de muitas
formas os acontecimentos políticos a nível regional e nacional. Depois de muito
pensar e refletir, cheguei a algumas conclusões no mínimo curiosas pelos fatos e perdi completamente a vontade que tinha em
debater qualquer ideia de cunho politico/social seja com amigos, colegas ou
desconhecidos.
Nossa sociedade como um todo está no começo de uma grande
caminhada no que tange a maturidade politica, e somos, por falta de adjetivo
melhor, “crianças” nesse desenvolvimento social. Aprendemos a muito custo a
observar (mesmo que de longe) os aspectos econômicos que regem as vidas dos
nossos eleitos, e apenas agora depois de QUARENTA presidentes eleitos desde a
proclamação da república (e destes apenas SETE depois da ditadura se contarmos
Tancredo Neves) é que estamos realmente entendendo que eles foram eleitos
(independentemente das questões sociais que regeram períodos como a ditadura
militar) por nós mesmos.
Infelizmente como “crianças” escolhemos o certo e o errado
com base em escolhas filosóficas simples sem levarmos em consideração o aspecto "global" do problema, e no fim os questionamentos, mesmo que válidos, acabam em discussões ideológicas
pro/contra partidos, quando deveríamos estar unidos em prol de uma única
realidade: O PAÍS É NOSSO, E CABE A NÓS A RESPONSABILIDADE DE NOSSOS
GOVERNANTES.
Não venha com discursos esquerdistas/direitistas me dizendo
que escolheu ou não os políticos que nos governam, porque não é apenas ISSO que
faz de você um verdadeiro cidadão. A responsabilidade maior (principalmente/mesmo
quando não é eleito a figura de nossa escolha) é a de cobrança e acompanhamento integral. Os políticos
são nossos funcionários, NÓS PAGAMOS e caro por um serviço que é
prestado da maneira mais relapsa possível, e toda vez que temos a chance de
mudar algo em nosso cenário social, preferimos culpar e dar nomes aos bois,
elevando novas figuras com os mesmos vícios a cargos de poder, seja a nível nacional
ou regional.
Não devemos esperar que o barco afunde para nos preocuparmos com a existência dos botes salva-vidas. Novamente não estou aqui discutindo ideologias, mas sim
RESPONSABILIDADE POLÍTICA, e sinceramente ME ENOJA ver tanta “briga” ideológica
nas redes sociais, trabalho, entre as rodas de amigos,etc. enquanto acompanho pessoas falando de
política apenas por estarem passando por uma situação difícil. Pois a vocês,
lembrem-se A SITUAÇÃO NUNCA FOI FÁCIL, e por que só agora quando a água bate em
suas nobres nádegas é que a revolta de vocês começou a aflorar?
O nome disso é imaturidade e medo de aceitar que o país está
mergulhado em uma onda de corrupção que começa dentro de nossas casas, quando
optamos por não devolver o troco a mais, a piratear as obras alheias apenas por
conforto e comodismo, quando não ensinamos os valores morais corretos aos
nossos filhos, e a eles cabe o futuro do nosso país, assim como hoje nos cabe o
legado das gerações anteriores que por desculpas morais fracas, esqueceram de
ensinar um dos princípios mais básicos aos nossos governantes: Não Roubarás.
A cada palavra de ódio que vejo nas redes sociais, a cada
absurdo ideológico e fundamentalista que cerca o meu campo de visão fico cada
vez mais desmotivado em discutir o assunto com qualquer um pois com “criança”
não se discute, se ensina com exemplo. É mudando os atos que regem meu dia a
dia (mesmo que aos poucos e com passos curtos) é que posso ensinar algo aos
MEUS descendentes, e quem sabe assim, com muita fé esperar que a geração dele
não pague pelos relapsos da minha geração.
Texto Por Derek Muggiati