24 de out. de 2013

Diferenças... Ou Não!



Estava eu passeando pelos incontáveis locais da internet, quando vi uma publicação de uma das páginas que sigo no Facebook –  normalmente uma página com ótimas críticas políticas e que traz notícias de todo o país – que dizia o seguinte: “se um negro usa uma camiseta com os dizeres ‘100% negro’ está tudo bem, mas se eu usar uma camiseta dizendo ‘100% branco’ é racismo!” 

A imagem por si só já me fez torcer o rosto em uma careta – de quem comeu e não gostou, sabe? – e decidi dar uma lida nos comentários. E a maioria das pessoas concordavam plenamente com a publicação. 

Ao ler tudo aquilo eu lembrei de um texto que li há algum tempo falando sobre o Dia do Orgulho Gay. Era um texto que dizia que se os gays mereciam um dia, então os héteros também mereciam um “Dia do Orgulho Hétero.” Sem falar que todos os anos, no Dia Internacional da Mulher, tem aqueles engraçadinhos que querem um “Dia do Homem”, ou que dizem que “o homem não tem um dia porque tem 364” e coisas do gênero. 

Olha, esse assunto já foi explorado um milhão e meio de vezes, eu sei... mas o fato de pessoas continuarem com esse tipo de coisa meio que me forçou a começar esse texto. 

Eu não sei se vocês estão por dentro, mas há pouco mais de um século atrás, os negros eram escravos! Que coisa, não? Os negros eram vistos como menos que objetos, menos que animais e é claro, menos que seres humanos. Você já imaginou o que é ver no olhar de uma pessoa que ela se sente tão superior a você que nem o cuspe dela você merece? Os negros sofreram na mão de Homens Caucasianos – ou brancos, mesmo – pelo simples fato de terem a cor da pele diferente! Eles passaram pelo inferno nas NOSSAS mãos! Eles tiveram que lutar por seus direitos e até hoje precisam lutar pela igualdade em inúmeras situações! Então, porque eles não teriam o direito de estampar o orgulho de toda essa luta em uma camiseta? 

Mais ou menos até essa mesma época mulheres não podiam ir pra faculdade nem arrumar um emprego porque era seu dever cuidar da casa, do marido, dos filhos. Se uma mulher desse a opinião em uma reunião de homens, ela podia apanhar do marido ali mesmo. A mulher só prestava no fogão e na cama. E não pense que isto mudou quando elas começaram a estudar e trabalhar. As mulheres continuaram sendo vistas como inferiores por muito tempo. No mesmo emprego em que homens trabalhavam, fazendo exatamente a mesma coisa, muitas vezes melhor do que qualquer homem, a mulher recebia um terço do salário pago aos homens. E o pior é que mesmo nos dias atuais muito desse preconceito ainda está aqui, bem no nosso meio. 

Eu não concordo com o homossexualismo. Sou crente, careta. Mas isso não me dá o direito de sair batendo em homossexuais por aí. Diga-se de passagem, um dos meus melhores amigos é gay. Agora, só porque EU não quero beijar outro homem tenho que sair criticando todos que fazem isso? Esta é outra classe que sofreu horrores. E ainda sofre, mesmo com todas essas leis e o caralho à quatro por aí. Tem uma coisa que muitos de nós, Homens Heterossexuais, precisamos entender: não é porque o cara gosta de outros caras que ele vai te agarrar se você cumprimentá-lo como cumprimenta qualquer outro. Você faz isso quando uma garota te cumprimenta? E não é porque uma garota gosta de outra que as duas vão dormir com você! 

Aceite que elas não curtem o seu equipamento! Você chegar se insinuando pra um casal de lésbicas é o mesmo que um homossexual chegar se insinuando pra você! Aposto que você não ia curtir muito, né? 

Agora, me diz pelo que nós, Homens Caucasianos Heterossexuais temos do que nos orgulhar. Nós não tivemos que lutar por liberdade ou por direitos. Já nascemos “abençoados” com tudo isso. Afinal somos superiores, não somos? 

Pra mim – Homem, Caucasiano e Heterossexual – um “Dia Internacional do Homem”, uma “Parada Hétero”, uma camiseta “100% Branco” estaria dizendo o seguinte: “Eu matei judeus, queimei índios, escravizei negros, maltratei mulheres e apedrejei gays. E me orgulho muito disso!” 

E você? Vai continuar com "ciuminhos" e pedir pros nossos governantes criarem o “Dia da Consciência Branca”? 

Texto Por Victor Moletta

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