Há uma certa pressão, e diria até uma visão inadequada a
respeito da mentira, mas o fato inegável
é que TODOS NÓS MENTIMOS!
Sim, eu minto, sua mãe mente, seu pai mente, seus irmãos,
amigos, parentes, conhecidos, desconhecidos e até VOCÊ mente e está mentindo
nesse momento se está pensando que sempre fala a verdade.
A mentira por si só não é apenas um capricho de pessoas
maliciosas com tendências a tirar proveito do próximo a qualquer custo. Antes
de tudo ela é uma ferramenta de adaptação em nossa sociedade cheia de regras e
conceitos a serem seguidos e passados adiante. Quando não nos encaixamos em
algum ponto específico temos duas soluções: chutar o pau da barra e mandar a
merda e dizer a todos o que está em sua cabeça, mesmo que isso gere a
desaprovação de todos a sua volta, ou MENTIR.
Seja pra si mesmo, para pessoa que está ao seu lado ou para
a sociedade no geral, o ato de mentir por si só é inerente a capacidade evolutiva de
qualquer espécie, incluindo a espécie humana. Vide a natureza que a usa para enganar o predador e/ou
aumentar seu sucesso de reprodução.
O que complica a história para você ente dotado de
raciocínio, é que analisando culturalmente, a mentira pode e tem dois lados.
O lado “positivo” é
quando utilizamos a mesma, em prol de nossa defesa e/ou para não entrarmos em
conflitos desnecessários diante da sociedade, buscando assim uma aceitação na
mesma.
Uma frase que eu ouvi e cabe muito bem aqui é que “... o
cachorro rosna quando não gosta de você, o ser humano mente...” sim ele MENTE devido
a todas essas razões sociais, filosóficas, psicológicas, matemáticas,
financeiras, espaciais, sexuais e quaisquer outros “ais” que você possa
imaginar.
O problema é que mentir não é tão fácil quanto parece.
Mentir envolve muita criatividade, pois você precisa inventar uma história
convincente que se adéqüe a sua realidade/necessidade e isso por si só já em um
grande esforço para muitas pessoas. Sua própria linguagem corporal pode te
denunciar, então você constantemente se policia para que não cometa nenhum
deslize.
Dependendo da mentira contada, você precisa reafirmá-la
periodicamente e muito provavelmente precisa inventar mais mentiras para
sustentar e justificar a primeira. Logo é um processo contínuo e extremamente
cansativo.
Já o lado negativo, começa justamente com a conseqüência
disso tudo. Você muito provavelmente sempre será desmentido, complicando
muito mais a situação a qual você queria evitar.
Logicamente como qualquer comportamento humano, existe um
lado patológico dessa ação. Pessoas que acreditam em suas mentiras e passam a
vive-las são diagnosticadas como mitônamos, ou seja mentirosos compulsivos, e se você que me lê agora, se encaixa neste perfil, por favor dirija-se ao psiquiatra mais próximo.
Mas ai você se pergunta “se a mentir é tão complicado, por
quê o fazemos?”. Porque é mais complicado explicar e ter sua verdade contestada
perante outros, do que inventar uma história a fim de se safar deste conflito
sem nenhum tipo de resultado. Junto dessa "facilidade" oferecida pela mentira, quem diz a verdade, geralmente se expõe desnecessariamente o que pode trazer uma imagem negativa de sua pessoa.
Além disso, dizer SEMPRE a verdade, te chato pra c#$%*@ pode fazer com que você
seja excluído socialmente e seja visto como egocêntrico, já que tem consigo
sempre a sua verdade (o que de fato não deixa de estar certo). Dizer sempre o
que está pensando pode e muito provavelmente magoará as pessoas que estão ao
seu lado.
É claro que sempre procuramos pessoas verdadeiras para nos
relacionarmos afetivamente ou mesmo construir uma amizade. Isso
porque precisamos e queremos alguém em que possamos confiar e que nos transmita
segurança.
Pensar que esta figura pode mentir e/ou nos esconder algo quebra
todo encanto e obviamente nos afasta de qualquer pessoa do planeta.
Mas não se engane pois como diria um dos meus personagens fictícios favoritos, Dr.
Gregory House: “Everybody Lies”.
Texto por Derek Muggiati.
It's not Lupus.
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