3 de mai. de 2012

Como diria Dr. House: “Everybody lies” (Todo mundo Mente)




Há uma certa pressão, e diria até uma visão inadequada a respeito da mentira, mas o fato inegável é que TODOS NÓS MENTIMOS!

Sim, eu minto, sua mãe mente, seu pai mente, seus irmãos, amigos, parentes, conhecidos, desconhecidos e até VOCÊ mente e está mentindo nesse momento se está pensando que sempre fala a verdade.

A mentira por si só não é apenas um capricho de pessoas maliciosas com tendências a tirar proveito do próximo a qualquer custo. Antes de tudo ela é uma ferramenta de adaptação em nossa sociedade cheia de regras e conceitos a serem seguidos e passados adiante. Quando não nos encaixamos em algum ponto específico temos duas soluções: chutar o pau da barra e mandar a merda e dizer a todos o que está em sua cabeça, mesmo que isso gere a desaprovação de todos a sua volta, ou MENTIR.

Seja pra si mesmo, para pessoa que está ao seu lado ou para a sociedade no geral, o ato de mentir por si só é inerente a capacidade evolutiva de qualquer espécie, incluindo a espécie humana. Vide a natureza que a usa para enganar o predador e/ou aumentar seu sucesso de reprodução.

O que complica a história para você ente dotado de raciocínio, é que  analisando culturalmente, a mentira pode e tem dois lados. 

O lado “positivo” é quando utilizamos a mesma, em prol de nossa defesa e/ou para não entrarmos em conflitos desnecessários diante da sociedade, buscando assim uma aceitação na mesma.

Uma frase que eu ouvi e cabe muito bem aqui é que “... o cachorro rosna quando não gosta de você, o ser humano mente...” sim ele MENTE devido a todas essas razões sociais, filosóficas, psicológicas, matemáticas, financeiras, espaciais, sexuais e quaisquer outros “ais” que você possa imaginar.

O problema é que mentir não é tão fácil quanto parece. Mentir envolve muita criatividade, pois você precisa inventar uma história convincente que se adéqüe a sua realidade/necessidade e isso por si só já em um grande esforço para muitas pessoas. Sua própria linguagem corporal pode te denunciar, então você constantemente se policia para que não cometa nenhum deslize.

Dependendo da mentira contada, você precisa reafirmá-la periodicamente e muito provavelmente precisa inventar mais mentiras para sustentar e justificar a primeira. Logo é um processo contínuo e extremamente cansativo.

Já o lado negativo, começa justamente com a conseqüência disso tudo. Você muito provavelmente sempre será desmentido, complicando muito mais a situação a qual você queria evitar.

Logicamente como qualquer comportamento humano, existe um lado patológico dessa ação. Pessoas que acreditam em suas mentiras e passam a vive-las são diagnosticadas como mitônamos, ou seja mentirosos compulsivos, e se você que me lê agora, se encaixa neste perfil, por favor dirija-se ao psiquiatra mais próximo.

Mas ai você se pergunta “se a mentir é tão complicado, por quê o fazemos?”. Porque é mais complicado explicar e ter sua verdade contestada perante outros, do que inventar uma história a fim de se safar deste conflito sem nenhum tipo de resultado. Junto dessa "facilidade" oferecida pela mentira, quem diz a verdade, geralmente se expõe desnecessariamente o que pode trazer uma imagem negativa de sua pessoa.

Além disso, dizer SEMPRE a verdade, te chato pra c#$%*@ pode fazer com que você seja excluído socialmente e seja visto como egocêntrico, já que tem consigo sempre a sua verdade (o que de fato não deixa de estar certo). Dizer sempre o que está pensando pode e muito provavelmente magoará as pessoas que estão ao seu lado.

É claro que sempre procuramos pessoas verdadeiras para nos relacionarmos afetivamente ou mesmo construir uma amizade. Isso porque precisamos e queremos alguém em que possamos confiar e que nos transmita segurança. 

Pensar que esta figura pode mentir e/ou nos esconder algo quebra todo encanto e obviamente nos afasta de qualquer pessoa do planeta. Mas não se engane pois como diria um dos meus personagens fictícios favoritos, Dr. Gregory House: “Everybody Lies”.

Texto por Derek Muggiati.

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